Um plano pra matar pobre
Maraci Soares e Terezinha Pimenta*
Esse é o título! Porque é o que parece….É a tradução do que se transformou o plano de mobilidade urbana da Cidade do Rio de Janeiro.
Horas, dezenas delas, dedicadas à incrível missão de chegar ao trabalho, ou a qualquer outro compromisso que se tenha. É nisso que insistente, e persistentemente, a Prefeitura, amparada pelo Estado, nesta cidade maravilhosa, tem investido. A que o Rio de Janeiro se transforme no ícone de cidade economicamente insustentável por conta do seu transporte público. Pois, energias muitas, absolutamente desgastantes, são desperdiçadas s nessa incrível missão de se deslocar.
Baldeações intermináveis, gentes se batendo (literalmente), nas ditas integrações. E o bilhete único, pouco funciona, pois não há como chegar a lugar algum sem pelo menos 3 modais. E aí já se foram os R$ 7,60 municipais (no mínimo, sem contar os intermunicipais), e os trens, e os metrôs (aliás, tripinha insignificante), mas que aglomera milhares. Mais de 600 mil pessoas todos os dias.
A população absolutamente prisioneira de uma racionalidade atroz, onde os empresários, protegidos pelo advento da FETRANSPORT e do bilhete único, podem tudo. Podem descumprir compromissos de refrigeração 100%. Podem submeter um cadeirante a esperar 40 minutos, ou mais, pelo próximo ônibus em que o mecanismo do elevador “talvez” possa estar funcionando. Sem falar nos idosos né? Que ainda teimam em estar vivos…
São muitos exemplos e vivências todos os dias. Talvez para uma sórdida racionalidade em que o que está valendo é “o plano de matar gente”. Porque se alguém duvida disso, basta passar um dia tentando se deslocar por esta CIDADE MARAVILHOSA.
*São militantes da Rede Carioca de Agricultura Urbana
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