Literatura de Cordel no JAAJ tem vez
Alunas do Colégio Salesiano, de Rocha Miranda, na Feira Anual de Cultura ao lado do cordelista Severino
Cordel – Oficinas nas Escolas
Por Poeta Severino Honorato*
Pela ausência de projetos de experimentos culturais nas escolas municipais e estaduais neste ano de 2018, no Rio de Janeiro, muitas direções estão recorrendo aos profissionais dessa área, com pedidos de trabalhos voluntários. Entretanto, muitas encontram umamaneirade remunerar tais profissionais, poisprofessores se cotizam e compram osprodutos necessários ou pagam pelas oficinas. Isso não é o ideal, mas é o que tem ocorrido. As administrações escolares, comprometidas com a educação, sabem da importância da presença e de práticas culturais complementares para os docentes e discentes de suas unidades.
São diretores e professores sensatos e preocupados com o futuro de uma população em formação intelectual. A Literatura de Cordel, por exemplo, acentua as melhorias no aprendizado no que se refere à escrita e à leitura; e o melhor: de forma lúdica, em queas crianças se mostram totalmente integradas, aceitando de imediatoo convite para participar, sem esforço ou pressão por partedas direções.
A melhor dica para quem deseja uma oficina de cordel em sua unidade escolar é não abrir mão da contratação de poetas familiarizados com a história do Cordel, e, portanto, capacitados a apresentar-se em todo e qualquer ambiente, sem deixar lacunas.
Cordel é cordão, barbante, mas essa literatura, conhecida no Brasil como tendo nascido no Nordeste, nunca foi vendida presa a uma corda. Isso já nos coloca numa contradição!
“Quem inventou o amor
Com forças fez um jardim
Bem completinho de flores
Com beijos coisas assim
Sem ilusões e com dores
Deu-me um presente sem fim.
O amor causa distração
Leveza e contentamento
Altera a temperatura
Modifica o sentimento
Faz divergir da razão
Causando estranhamento”.
*Colunista do JAAJ, Poeta, Cordelista e Oficineiro
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